sábado, 28 de junho de 2008

Livro da Semana - 30 Junho a 4 Julho

HISTÓRIAS DO 9º A
***
CAMINHANDO
***
Querida Mónica

Temos muitas saudades
Do teu sorriso doce
E da sabedoria
Do teu olhar profundo

17 de Junho de 2008



Prefácio

A ideia de se escreverem pequenos textos narrativos surgiu no Primeiro Período, nas aulas de Língua Portuguesa, quando realizávamos actividades de Leitura propostas pelos conteúdos programáticos do Módulo 14 – Literatura de Viagens/Aventuras. Entre elas, a que mais cativou os alunos foram as aventuras de Robinson Crosoe.
Cada capítulo, depois de trabalhado, servia de ponte para a recriação de outras hipóteses narrativas, às vezes registadas em Fichas outras ficando apenas no domínio da oralidade. Todas as versões eram diferentes e enriquecedoras porque cada aluno via, com pertinência, um outro caminho a seguir, a explorar.
Foi neste contexto que começou a aventura da escrita de uma História Pessoal. Foi elaborado um plano para ajudar os alunos, cujo fio condutor eram os quinze minutos do intervalo grande de um espaço escolar.
E assim as Histórias foram ganhando forma. Aproveitávamos o último bloco de sexta-feira para irmos para a Biblioteca porque era Inverno e lá, além dos computadores, estávamos mais confortáveis. O ambiente era mais integrador, envolvente.
Trazer estas Histórias até um momento final, para nós, foi uma tarefa quase tão Bela como exausta. Bela porque os alunos revelaram a Alma, exausta porque foi preciso elaborar um vaivém de faz, corrige, altera - volta a fazer, a corrigir a alterar... Mas valeu a pena porque a Alma dos Alunos é grande.


Fernando Pessoa
Tudo Vale a Pena Se a Alma Não É Pequena


Estas Histórias irão também ajudar a avivar a memória de todos os alunos e professores que estiveram juntos, no Nono A, na Escola Secundária de Seomara da Costa Primo.
Recordar-nos-emos para sempre, que o diga o menino Lucas, o mais lindo rapaz da sala de aula, que assistia às aulas antes de nascer e que, agora, com três meses, sorrindo, está atento a aulas inteirinhas, sem tirar os olhos dos pais, dos professores e dos colegas.

Júlia Miguel - Amadora, Junho de 2008

sábado, 21 de junho de 2008

E tu nunca faltas, Mónica!


Neusa

Neusa é o nome de uma adolescente que viveu uma história muito bonita, na qual me vou inspirar, agora, para escrever meia dúzia de linhas.
Como estou no intervalo grande, só tenho tempo para escrever uma pequena parte. Quem sabe, talvez um dia eu escreva a História Completa de Neusa. Eu adorava!
Mas por agora contento-me com um pequeno resumo que começa assim:

Era uma vez uma rapariga chamada Neusa que tinha 12 anos. Era alta, os cabelos eram pretos e os olhos eram muito castanhos e brilhantes.
Neusa era uma criança feliz, simpática, inteligente, cheia de alegria e de vida. Vivia com os pais e com os irmãos: quatro raparigas e quatro rapazes, numa casa, muito acolhedora, feita pelo seu próprio pai.
A casa ficava numa pequena vila, com poucos habitantes, chamada Bandi, não muito longe da cidade. As suas casas eram pequenas e à volta havia árvores, hortas e animais.

Em casa de Neusa criavam-se vários animais, desde cães, galinhas, patos, papagaios, porcos e outros animais domésticos. Nos dias de festas, para comemorar algum acontecimento importante, matavam-se alguns animais para preparar o banquete. Os povos daquela terra eram todos muito comunicativos e estavam quase sempre em festa.
Mas um dia, na véspera de se festejar já não me recordo o quê, aconteceu uma coisa muito grave de que ninguém estava à espera. Nesse dia Neusa adoeceu.
Na verdade, ela já estava doente havia muito tempo, só que não se queixava e ninguém se tinha apercebido do seu estado interior porque ela tinha sempre um sorriso no rosto e nos olhos. Porém, apesar de sorrir, Neusa era uma menina muito fechada, falava pouco e não contava a ninguém que tinha tonturas e outros sintomas esquisitos. Nesse dia, na escola, enquanto brincava com as amigas, desmaiou e foi levada para o Hospital. Quando, horas depois acordou, a mãe estava à cabeceira da cama e muito confusa perguntou-lhe:
- O que se passa, mãe? Estou aqui porquê?
- Desmaiaste na Escola, filha, enquanto brincavas com as tuas amigas, se calhar foi o calor… vou agora falar com o médico… descansa que eu venho já.
Neusa abanou a cabeça como sinal de compreensão, enquanto a mãe saía da sala para ir falar com o médico.
O médico, que estava no gabinete, deve ter achado parecenças entre aquela senhora e a menina porque imediatamente lhe perguntou:
- A senhora é a mãe da Neusa, não é?
- Sou sim, sou a mãe da Neusa… Sr. Doutor.
- Sabe, a sua filha não está muito bem!...
- O que se passa Sr. Doutor? Diga-me tudo! Implorou.
- Ainda não temos os resultados de todos os exames, mas parece haver um problema com alguma gravidade.

- A senhora reparou se, nos últimos tempos, a menina teve comportamentos estranhos?
- Confesso que não reparei em nada, S. Doutor. Neusa é uma menina muito calada, não gosta de se abrir com as pessoas, apesar de ser muito sorridente. Mas, por favor, diga-me, o que se passa com a minha filha?
Após momentos de alguns rodeios, o médico começou a falar sobre a doença de Neusa, tentando tranquilizá-la. Explicou que Neusa tinha uma infecção respiratória, já instalada, que lhe afectava o coração. Por isso a menina teria que ficar hospitalizada para fazer mais exames. Todavia, o mais delicado era que aquela doença não tinha tratamento em África e Neusa teria que viajar para Portugal.

Naquele momento havia já muitas crianças em lista de espera para irem em busca de cura no estrangeiro e o médico não podia ser muito optimista. Às vezes a espera era tanta que muitas das crianças morriam antes de serem chamadas.
O médico explicou à mãe de Neusa que ali no Hospital iriam fazendo algum tratamento mas que, como era conhecido, não havia muitas condições por falta de equipamentos e só se poderia contar com a boa vontade.
Neusa foi informada da sua doença, mas não lhe contaram toda a verdade para ela não se assustar. Foi-lhe dito que durante algum tempo não iria à Escola, que tinha que ficar internada, que tinha que ter alguns cuidados e que talvez fosse preciso viajar de avião para um país estrangeiro onde ela se pudesse

curar. E foi assim que para Neusa começou um novo desafio na sua vida. Para ela foi muito difícil ter de interromper a Escola e, sobretudo, não poder sair à rua para brincar com as outras crianças, ir à praia…
Neusa ficou tão triste que só de olhar para ela se partia o coração. Toda a família sentia a mesma tristeza.
Neusa falava pouco com os outros, mas dentro dela uma vozinha lhe dizia que ela tinha que ser forte para enfrentar a doença. E lá ia dizendo àquela vozinha que iria ser uma menina muito forte e que iria ultrapassar tudo. A família sofreu muitas alterações no seu ritmo de vida mas também não perdeu a esperança de um dia o milagre acontecer.
A sua mãe teve que deixar o trabalho para ficar no Hospital, ia a casa mudar de roupa e voltava logo. E foi assim durante um tempo que, para todos, pareceu infinito. Os tratamentos seguiam-se uns aos outros e Neusa mostrou-se sempre muito compreensiva e corajosa. O que a deixava ainda mais triste era ver as outras crianças que estavam na mesma enfermaria, com a mesma doença, a ficarem cada vez piores. Neusa sofria também por elas.

Neusa fez amizade com uma menina da sua idade. As camas estavam mesmo ao lado uma da outra e elas conversavam muito. Ora, um dia aconteceu uma coisa horrível: a sua amiga faleceu enquanto esperava a viagem.

Neusa ficou tão desanimada que durante muitos dias não falou e, com a cabeça escondida debaixo do lençol, chorava,

em silêncio. Entretanto a avó da sua amiguinha continuou a ir ao Hospital, mas desta vez ia só ver Neusa e dar-lhe força.
Neusa olhava, com tristeza, para aquela avó que amava tanto a neta e, a chorar, perguntava-lhe por que é que a menina tinha morrido se ela era ainda uma criança e tinha tanta esperança na vida. Não era justo!
Uns dias depois, veio outra menina, com a mesma doença, ocupar a cama vazia e Neusa conseguiu esquecer um pouco a sua tristeza. Ficou contente por encontrar uma nova amiga mas, por outro lado, continuou pensativa porque esta segunda menina também estava em risco de vida.
À medida que o tempo passava e se esperava lugar no avião, as meninas iam falando uma com a outra.
Foram-se conhecendo e assim nasceu nova amizade. Infelizmente também esta amizade durou pouco… também esta menina acabou por falecer por não aguentar a gravidade da doença e a espera do avião.
Neusa, é claro, mergulhou numa enorme interrogação e pensava: “as meninas morrem e eu não morro porquê?”. Este pensamento era mesmo o de uma criança que já tinha entendimento de gente muito mais crescida.
A vida de Neusa aguentou-se um ano e alguns meses no Hospital, o que já era considerado um milagre.
Depois o médico disse à sua mãe que ali já não havia nada a fazer e que ela teria que viajar para Portugal, o mais rápido possível porque iria piorar.

A mãe de Neusa não sabia como fazer para arranjar tudo rápido porque ainda tinha que tratar dos documentos necessários e, sobretudo, não tinha o dinheiro suficiente. Havia os outros filhos para sustentar. Como é que ela iria fazer para ajudar Neusa a ir curar-se?
Então, como não podia contar com o marido porque ele também estava doente, nos dias em que esperou pelos documentos, trabalhou ainda mais, vendeu coisas que tinha e, com a ajuda de alguns amigos, conseguiu mais algum dinheiro, mas ainda não tinha o suficiente.

A saúde de Neusa piorava cada vez mais e os médicos já não sabiam como conformar a família. Até que um dia uma amiga da mãe lhe indicou um padre que costumava ajudar as pessoas e que já tinha feito o milagre de curar algumas crianças.
Correndo, a mãe de Neusa foi buscá-la ao Hospital e levou-a ao padre. Quando chegaram a casa do padre Victor nem foi preciso explicar a situação da menina porque ele conseguiu logo ver o que se passava e disse que não era com ele. Só um médico a poderia ajudar. A situação de Neusa era tão urgente que o padre imediatamente tratou dos documentos e de tudo o que era preciso e logo no dia seguinte conseguiu arranjar uma passagem para Lisboa.
Toda a família ficou contente e muito agradecida. Neusa, por momentos, também ficou feliz, mas depois começou a pensar

que o padre também deveria ajudar as suas amigas antes de elas morrerem, além disso ela não queria

deixar Zuleida no Hospital, a terceira menina que tinha acabado de ser internada.
Como nenhum elemento da família podia acompanhar Neusa, por haver problemas de dinheiro e de documentos, foi mesmo o padre Vítor e uma freira que fizeram as vezes da família, acompanhando-a a Lisboa.

Finalmente chegaram a Lisboa.
Quando Neusa desceu do avião ficou muito admirada com o brilho de tantas luzes num só sítio. Achou tudo lindo e brilhante. Por uns minutos até esqueceu a doença. De imediato foi transportada numa ambulância para o Hospital onde chegou mesmo na hora. Segundo os médicos, Neusa já estava no fim e não se podia garantir que a operação ao coração corresse bem. Graças a Deus a operação foi um êxito.

Ao acordar, Neusa foi muito acarinhada pelos médicos e nem queria acreditar que a sua doença já estivesse resolvida. Então o médico telefonou à família que esperava, ansiosa por uma resposta, no seu país e foi um momento muito mágico para todos, sobretudo quando Neusa ouviu a voz da mãe.

A recuperação correu muito bem, mas era preciso sair do Hospital e começou outra aventura para Neusa: onde ficar?

Havia familiares em Portugal, mas eles não tinham condições para cuidarem dela.
Foi depois uma família adoptiva que tomou conta dela durante o tempo necessário até se conseguir outra solução.

No seio dessa família, Neusa conheceu uma senhora que se chamava Ilda.
Fizeram amizade e juntas iam passear, iam à missa e era muito agradável. Mas, de novo, a vida de Neusa sofreu alterações, a família adoptiva teve que mudar e ela foi para Torres Vedras, para um local de refugiados.

Lá, voltou a fazer amizades. Diga-se que, onde quer que Neusa chegasse havia sempre alguém que a ajudava a superar as dificuldades.
Neusa nunca esqueceu, nem esquecerá, todas as pessoas que estiveram com ela desde o início da sua doença.

Entretanto, Neusa cresceu e continuou a ter cuidados especiais com o seu coração, mas fazendo sempre a sua vida normal, conforme o médico a aconselhava. Depois começou a estudar porque o seu grande sonho era ser médica para voltar ao seu país e poder ajudar todas as crianças doentes.

Neste momento penso que Neusa já estará na Faculdade de Medicina. Também soube que a sua irmã mais velha tinha vindo para Portugal e que viviam juntas, que já tinham uma casa e que....

Pronto! Já não posso falar mais de Neusa! Já passou o intervalo grande e a campainha já está a tocar!

Trimmmmmm!

Agora tenho que correr até ao Pavilhão P3! Vou ter Português e não quero chegar atrasada!
Quero ganhar um Diploma de Pontualidade porque o de Assiduidade já está assegurado. Nunca falto!
Este texto é da autoria de Mónica Pereira*, falecida a 17 de Junho de 2008
*Aluna do 9º ano, turma A do Curso de Educação e Formação de Assistente Administrativo – Tipo 2

quarta-feira, 18 de junho de 2008

Avaliação Simplificada

Avaliação Simplificada - Professores...

Power point de "mariandre's" no slide share

sexta-feira, 13 de junho de 2008

PARABÉNS FERNANDO!

Fernando Pessoa faz hoje 120 anos...

Um dos Portugueses GRANDIOSOS de que fala o António Valdez...

quinta-feira, 12 de junho de 2008

Ciclo de Cinema / Concurso de Reflexão Escrita

António Valdez, nº 2 do 12º 3, recebe o prémio do Concurso de Reflexão Escrita, na Biblioteda da Escola Secundária de Seomara da Costa Primo, no dia 12 de Junho de 2008.


Leia aqui o texto vencedor do Concurso de Reflexão Escrita:






Read this document on Scribd: Era uma vez um jovem que queria mudar o mundo

O PREÇO DAS PALAVRAS

Se cada adjectivo fosse tão caro como uma gota de perfume francês, se cada verbo custasse o preço de uma viagem às Maldivas, se cada advérbio fosse um metal precioso, se cada nome fosse um telemóvel de última geração, se cada conjunção fosse um carro topo de gama, as palavras teriam para todos nós outro valor. Actualmente, deixamo-las fechadas em dicionários, prisioneiras das livrarias; ignoramo-las, desprezamo-las, fingimos não as ver, quando entramos no centro comercial mais próximo, não vão elas perturbar-nos a peregrinação ao santuário do consumo. São gratuitas, mesmo as mais caras, mas, mesmo assim, não têm sorte nenhuma. Nem todos percebem que, quanto mais as usarmos, mais valiosas se tornam e mais valiosos nos tornam. Um destes dias, encontrei um filão de ouro numa velha disquete: os textos que ganharam os primeiros prémios do concurso literário da nossa escola em 1998/99. Dez anos depois, saúdo os seus autores, porque souberam pesar cada palavra e encaixá-la no seu devido lugar.
Filomena Ponte Silva

Rósea misantropia

Nada, o vazio, nada dizer:
Ficar para aqui a observar
Os outros de longe a falar
E sem ter olhos para os compreender

Mãos tentam em vão colher
corpo que já não sabe beijar,
Nem mesmo um abraço dar
A solidão que viu crescer.

Alma que esqueceu o amor
E só conhece o fragor
Dum isolado sentimento;

Semelhante à rosa abandonada,
Na tristeza deixada
Como um longínquo fragmento.

Tânia Almeida -15 anos
1ºPrémio de Poesia (E.Básico-9°2a em 1998/99)

A dor antes da morte

Deixa-me libertar desta dor que me domina,
que só me faz mal e que nada me ensina
que me tira a esperança,
que me tira tudo
um pensar que só cansa,
que domina o meu mundo.
Deixa-me para sempre e não voltes mais,
deixa-me viver para não sofrer mais,
Não me tragas sofrimento
traz-me apenas sorte,
mas não me sai do pensamento q
ue essa dor é a morte.
Mónica Dias-15 anos
2°Prémio (E.Básico 8° 3a em 1998/99)


PESSOAS

Um homem num canto refugiado à procura do entendimento das estrelas, e o sujo prato à espera em cima da mesa, que o puro se transforme em real.
...não meramente um sonho...
Esse Pessoa que chora num canto
à procura da resposta,
cai em sonho de saber quem é,
pois na realidade não se compara a um espelho.
Escreve como um louco, à espera que algo, ou alguém o domine, para que a poesia deixe de ser mera canção e passe a ser transcendência.
Então;
louco, dominado pelo seu ego animalesco,
grita com as refundias vozes do coração:
"Quem sou eu?!"
E nesse mesmo instante,
saltam à vista de seus olhos/
três espelhos,
fechados no seu pequeno quarto escuro,
sem já a janelinha que dava uns olhares ao mundo.
Então Pessoa olhou para um deles e exclamou cheio de ignorância:
"Mas não é a minha imagem, a reflectida no espelho!!"
- Enganas-te, (responde-lhe a imagem do espelho)
- Eu sou mais de ti, do que possas imaginar.
- Eu resultei do teu próprio caos
e a chuva oblíqua que antes pairava sobre ti
agora não molha mais,
pois tu não és um, nem muitos,
és o Universo.
E nesse mesmo momento, o poeta Pessoa nasce, acompanhado de seus reflexos; agora reais: Alberto Caeiro, Ricardo Reis e Álvaro de Campos.
E apercebe-se que afinal sempre os conhecia,
pois sempre tinham sido ele.
E as rochas múltiplas que antes derrubavam
um homem doente'
agora formavam um muro de verdades,
ao qual ninguém iria deitar abaixo,
ou simplesmente opor-se...
E o poeta subia... ...subia...
E seus olhos já não mais condicionavam
o pensamento,
pois podia visualizar os quatro horizontes.
abrindo portas à consciência
e o mundo deixava florescer uma flor sua,
de verdadeiro perfume de sabedoria.
Tudo é conhecimento. Tudo é certeza.
O diletantismo paralelistico que se sorria na actualidade foi posto em causa, aquando da chegada da verdade.
E a anacronia jamais iria reinar nas bocas infames de pessoas que não viam o sentido real do som...
- Olhos de cristal soam em mim,como uma ressonância do pesar,que tenho algo a transmitir.Sabendo que nada sei,
agora salto da minha noção de sabedoria e fujo à realidade, apenas para sarar, uma dor fingida...
- Continuam a vir atrás de mim ,aqueles que antes procuravam o saber.Esse tal, que por transfiguração,
(ou erro de som)
chegava a ser confundido com carneirice.
- Agora que os carvalhos morrem de velhicee os céus deixaram de ser o limite
de uma vida sem retorno,
eu sei que existo,
pois sou mais do que o que a vista alcança.
Até que o cosmos falhou simplesmente mais uma vez, o tempo escureceu a voz do poeta que habitava em Pessoa.
E Pessoa morreu, mas não levando consigo a sua voz, ficou nos espíritos de cada un de nós...
E foi assim que de um Pessoa morto* liascem agora quatro "Poetas do Mundo".
"Tempo"
Onde estão as horas de promessa de ontem?
Serão,
máscaras de promessa das horas de amanhã?
Rumo a horizontes longe.
A nevoeiros imprecisos, o tempo é singular.
Foge quando o queremos longo e o momento que queríamos único, acontece até quase não ser. De tudo sobra a memória, o que somos.
Também o cacto floresce
enquanto a natureza repousa,
morre-se quando se nasce
e passam eternidades entre dois hálitos.
Tempos de sois cinzentos,
adivinhados temporais,
longe,
aonde a luz se esconde.
Vão-se luas, vão-se ideias, vai-se tempo e vai-se a vida - ingratos deuses.
Zumbe o vento,
fria a alma.
Pedro Eugénio-17 anos
1ºPrémio de Poesia(E.Secundário, 12° 2a em 1998/99)

DIZER ADEUS

A beleza cessou, um Amor acaba assim
Como o anoitecer sempre precede o dia,
Como o ardente Verão sempre se esfria,
Assim também o Amor chega a um fim.
Resta então algo após uma despedida?
Sim, talvez. Ah! Como posso eu saber
Se o triste adeus eu não consigo dizer!
Ele afastou de mim a coisa mais querida...
Nunca dizer adeus! Apenas até breve, Amor,
Não abro mão do nosso saudoso passado,
Lutarei até não ter forças, suportarei a dor.
Teu triste adeus no coração ficou marcado,
Mas da terna paixão não extinguiu o ardor
Nem aquele sabor que provámos do pecado.
Lídia Travassos-16 anos
2° Prémio de Poesia (E.Secundário, 11°10a em 1998/99)

Eternidade...

Deus da minha escuridão...
Sentimento que esfria minha alma celeste e divina...
Dor que invade meu espírito,
E se apodera da minha mente...
Que se eleva até um infinito obscuro,
Onde a solidão
Não é mais do que a grande senhora da minha desgraça...
Que vagueia perdida por entre irrealidades extremas...
Como um rio sem foz...
Como uma nascente sem destino...
Que de um Inferno que era meu,
Encenou a Fatalidade, num incesto da realidade...
E a chama,
Que alimenta esta verdade declarada,
Inflama cada lágrima que meu rosto percorre...
Desenhando cada contorno do meu sofrimento...
Da maldita dor que me consome em pensamentos,
Que no silêncio da noite me assombram...
Descreverei com sangue a apatia do meu ser,
Negando cada palavra escrita, oriunda do seio da minha alma...
Que mata esta maldita ânsia de te sentir mais perto de mim...
Contudo, a maldade penetrou na luz que ilumina meu espírito...
Fazendo-me mergulhar nas teias da tua escuridão...
Transformando-me num misticismo da noite,
Coberta pelo manto escuro das estrelas...
Protegida eternamente pela máscara da surrealidade...
Onde à luz de uma vela negra,
A flamejante paixão dos teus olhos...
É a mais doce visão para o meu espírito...
Onde eu sei que a escuridão reina...
...Sobre a divindade da tua supremacia...
Andreia Tatiana Perdigão- 17 anos
3°Prémio de Poesia (E.Secundário, 12° 1a em 1998/99)

sexta-feira, 6 de junho de 2008

Olá Jovem

« I Encontro do Olá Jovem – Participação Juvenil»

A escola Seomara da Costa Primo participou no encontro, por convite de responsáveis da equipa do Olá Jovem, ao abrigo do projecto «Educação para a Saúde». O evento teve lugar no mês de Maio último, nos Recreios da Amadora, e contou com a participação de um significativo número de escolas do Concelho da Amadora

A participação da nossa escola resultou de um trabalho realizado pelos alunos do 11º. Ano, turma 5, sobre o tema «Violência em Meio Escolar». Este tema foi da exclusiva responsabilidade dos alunos e os trabalhos foram sempre supervisionados pelas professoras Mariana Cansado e Filomena Farinha. No final da apresentação foi feita uma avaliação positiva sobre os resultados dos trabalhos, tendo ficado afirmado publicamente, pelas responsáveis do projecto, que no próximo ano lectivo se daria continuidade ao tratamento do problema da violência na escola.

No Dia Internacional da Mulher lembramos - Grandes Mulheres


A BELA OTERO Carolina Otero Iglesias(1868-1965)

A Bela Otero, de seu nome Carolina Otero Iglesias, foi uma bailarina espanhola, lindíssima, também conhecida como a "sereia do suicídio". A sua vida fez correr rios de tinta e de sangue. Foi amada por seis reis: Afonso XIII, Leopoldo II da Bélgica, Nicolau II da Rússia, o futuro rei Eduardo VIII (duque de Windsor), Alberto I do Mónaco e Guilherme II da Alemanha, bem como pelo multimilionário Kennedy, pai do presidente dos EUA assassinado. O banqueiro Vanderbilt pediu-lhe: "Arruina-me, mas não me abandones". Esta espanhola, nascida pobre perto de Pontevedra, em 1868, seria considerada a mais famosa bailarina europeia, do início do séc. XX. Paris vivia a belle époque. A Bela Otero percorreu o mundo inteiro. Os jornais davam constantes notícias dos seus amores. Tinha o vício do jogo e perdeu fortunas no casino de Monte Carlo. Saturada da vida mundana, em 1944, retirou-se para proteger os mais necessitados de Niza (Espanha). Fez testamento a favor dos pobres, embora conste que morreu na penúria. Deixou um diário com o título Memórias.